quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Torquato Neto: Discografia, Bibliografia, Filmografia e Biografias



Torquato Neto: Discografia, Bibliografia, Filmografia e Biografias



Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, precursor do Movimento Tropicália (ou Panis et Circencis: Para o Povo: Pão e Circo), experimentador da contracultura da cultura brasileira.



Discografia


Tropicália ou Panis et Circencis (1968) - Philips LP

Os últimos dias de Paupéria (1973) - Eldorado Editora Compacto simples

Torquato Neto - Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia (1985) - RioArte/Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Piauí LP

Todo dia é dia D (2002) - Dubas Música CD



Bibliografia Torquato Neto.


Os Últimos Dias de Paupéria. (Org. Ana Maria Silva Duarte e Waly Salomão), Rio de Janeiro: Max Limonad, 1984.

Torquato Neto. Torquatália - do Lado de Dentro: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 1). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.

Torquato Neto. Torquatália - Geléia Geral: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 2). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.


Filmografia: Como ator


Nosferatu, de Ivan Cardoso. Como protagonista, "Vampiro" (1970).


Terror da Vermelha, de Torquato Neto. Participação. (1971/1972).



Adão e Eva do Paraíso ao Consumo (super 8, Teresina, roteiro de Edmar Oliveira - Torquato Neto - Adão- e Claudete Dias - Eva).


Filmografia: Como diretor


Terror da Vermelha, (1971/1972).


Referências


Torquato Neto. - Verbete sobre o escritor no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.


Toninho Vaz. Pra mim chega, a biografia de Torquato Neto– (Ed. Casa Amarela) 2004.


Paulo Henriques Brito. Torquato Neto. Centro de Cultura Alternativa/ Rio Arte / Projeto Torquato Neto/ Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Piauí, 1985.


Kenard Kruel. Torquato Neto ou A Carne Seca é Servida, Teresina, Editora Zodíaco, 2a. edição, 2008. (www.krudu.blogspot.com)



Biografias sobre Torquato Neto


Toninho Vaz.Pra mim chega, a biografia de Torquato Neto– (Ed. Casa Amarela) 2004


Kenard Kruel. Torquato Neto ou A Carne Seca é Servida. Teresina, Editora Zodíaco, 2a. edição, 2008 (www.krudu.blogspot.com).


Páginas Web sobre Torquato Neto


Poema Cogito


Torquato Neto no Jornal de Poesia


Oito poemas de Torquato Neto


Poemas de Torquato e textos sobre o poeta


Torquato Neto - O Anjo Torto



Torquato Neto: Frases e Composições Musicais



Torquato Neto: Vida e Obra



Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura da cultura brasileira.





Frases

"Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela (…). Quem não se arrisca não pode berrar."



Composições
A coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
A rua (com Gilberto Gil)
Ai de mim, Copacabana (com Caetano Veloso)
Andarandei (com Renato Piau)
Cantiga (com Gilberto Gil)
Capitão Lampião (com Caetano Veloso)
Coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
Começar pelo recomeço (com Luiz Melodia)
Daqui pra lá, de lá pra cá
Dente por dente (com Jards Macalé)
Destino (com Jards Macalé)
Deus vos salve a casa santa (com Caetano Veloso)
Domingou (com Gilberto Gil)
Fique sabendo (com João Bosco e Chico Enói)
Geleia geral (com Gilberto Gil)
Go back (com Sérgio Britto)
Juliana (com Caetano Veloso)
Let's play that (com Jards Macalé)
Lost in the paradise (com Caetano Veloso)
Louvação (com Gilberto Gil)
Lua nova (com Edu Lobo)
Mamãe coragem (com Caetano Veloso)
Marginália II (com Gilberto Gil)
Meu choro pra você (com Gilberto Gil)
Minha Senhora (com Gilberto Gil)
Nenhuma dor (com Caetano Veloso)
O bem, o mal (com Sérgio Britto)
O homem que deve morrer (com Nonato Buzar)
O nome do mistério (com Geraldo Azevedo)
Pra dizer adeus (com Edu Lobo)
Quase adeus (com Nonato Buzar e Carlos Monteiro de Sousa)
Que película (com Nonato Buzar)
Que tal (com Luís Melodia)
Rancho da boa-vinda (com Gilberto Gil)
Rancho da rosa encarnada (com Gilberto Gil e Geraldo Vandré)
Soy loco por ti, América (com Gilberto Gil e Capinam)
Todo dia é dia D (com Carlos Pinto)
Três da madrugada (com Carlos Pinto)
Tudo muito azul (com Roberto Menescal)
Um dia desses eu me caso com você (com Paulo Diniz)
Veleiro (com Edu Lobo)
Vem menina (com Gilberto Gil)
Venho de longe (com Gilberto Gil)
Vento de maio (com Gilberto Gil)
Zabelê (com Gilberto Gil)


Torquato Neto: Nota de Suicídio



Torquato Neto: Nota de Suicídio



Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura da cultura brasileira.


Torquato Neto se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família.

Sua nota suicida dizia:

"FICO.
Não consigo acompanhar a marcha do progresso de minha mulher
ou sou uma grande múmia que só pensa em múmias
mesmo vivas e lindas feito a minha mulher
na sua louca disparada para o progresso.

Tenho saudades como os cariocas
do tempo em que eu me sentia e achava que era um guia de cegos.

Depois começaram a ver
e enquanto me contorcia de dores
o cacho de banana caía.

De modo q FICO
sossegado por aqui mesmo
enquanto dure.

Ana é uma SANTA de véu e grinalda
com um palhaço empacotado ao lado.

Não acredito em amor de múmias
e é por isso que eu FICO
e vou ficando
por causa de este amor.

Pra mim chega!

Vocês aí,
peço o favor
de não sacudirem demais o Thiago.
Ele pode acordar".

Thiago era o filho de dois anos de idade.

38 anos depois, na madrugada do dia 27 de setembro de 2010, seu pai, o defensor público Dr. Heli Rocha Nunes, 92 anos de idade, morreu em Teresina, após uma parada cardíaca.

A família aguardou a chegada do único filho do poeta piauiense, Thiago de Araújo Nunes (piloto de aeronave em uma companhia aérea brasileira), para realizar o sepultamento do avô.

Torquato Neto: Vida e Obra






Torquato Neto: Vida e Obra



Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura da cultura brasileira.


Torquato Neto era filho de um defensor público (Heli da Rocha Nunes) e de uma professora primária de Teresina (Maria Salomé Nunes). Mudou-se para Salvador aos 16 anos para os estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no Colégio Nossa Senhora da Vitória e trabalhou como assistente no filme Barravento, de Gláuber Rocha.

Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última HoraTorquato Neto atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália ou Panis et Circencis, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato Neto passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções que se tornaram ícones do movimento tropicalista.

No final da década de 1960, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gilberto Gil e Caetano Veloso, Torquato Neto viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher Ana Maria e morou em Londres por um breve período. De volta ao Brasil, no início dos anos 1970, Torquato começou a se isolar, sentindo-se alienado tanto pelo Regime Militar quanto pela "patrulha ideológica" de esquerda. Passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo, e rompeu diversas amizades. Em julho de 1971, escreveu a Hélio Oiticica: "O chato, Hélio, aqui, é que ninguém mais tem opinião sobre coisa alguma. Todo mundo virou uma espécie de Capinam (esse é o único de quem eu não gosto mesmo: é muito burro e mesquinho), e o que eu chamo de conformismo geral é isso mesmo, a burrice, a queimação de fumo o dia inteiro, como se isso fosse curtição, aqui é escapismo, vanguardismo de Capinam que é o geral, enfim, poesia sem poesia, papo furado, ninguém está em jogo, uma droga. Tudo parado, odeio."

Torquato se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família.

Leia a Nota de Suicídio de Torquato Neto